CIO, o herói da resistência
Megatendências como cloud e mobilidade desafiam CIOs, gerando transformações na área e no papel do líder de TI

Se a vida do CIO não foi tranquila, ela vem ficando menos ainda com as megatendências de TI como mobilidade, social business, cloud computing, consumerização e Big Data. Elas têm gerado uma grande transformação nas empresas, na maneira como elas fazem negócios e na forma como TI é gerenciada.
Nunca foi tão fácil para uma área de negócios autoservir de tecnologia, caso a área de TI não esteja pronta para atendê-la no prazo e custos esperados. Assim, TI terá de ser muito mais eficiente e o seu gestor, um verdadeiro herói da resistência, tendo de saber muito bem como alavancar essas novas tendências e evitar os riscos que elas geram.
Na pesquisa realizada, quase metade dos CIOs entrevistados mostrou algum grau de preocupação com as áreas de negócio “autoservirem” de soluções de TI. Nesse contexto, aparece o tema consumerização de TI. Atualmente, mais de 75% dos tablets e 45% dos smartphones usados nas empresas são de propriedade dos funcionários.
Esse assunto vem deixando muitos CIOs desesperados. Nada menos do que 70% deles se mostraram preocupados com esse assunto. Muitos acreditam que o fenômeno tem potencial de gerar ganhos para a empresa. Contudo, mais da metade apontou que ela aumenta, e muito, a exposição a riscos de segurança e vazamento de informações.
Big Data é uma das tendências. Contudo, é a mais distante da realidade da maioria das empresas no Brasil. Somente 10% dos CIOs apontaram que estão dando tratamento a dados não estruturados. A verdade é que muitas empresas ainda sofrem para lidar estrategicamente com os dados estruturados, e Big Data ainda é um sonho bem distante. Cloud computing, por outro lado, já é uma realidade. É certo que é pouquíssimo comum ver projetos e sistemas transacionais estratégicos migrando para cloud, mas é cada vez mais usual sistemas periféricos sendo movidos para essa direção.
Outra preocupação do CIO é a dificuldade de reter talentos e achar funcionários qualificados no Brasil. Eles ficaram muito caros, e há casos em que custam mais do que seus pares norte-americanos e europeus.
Isso vem frustrando planos de muitos gestores de TI de multinacionais que gostariam de aumentar sua influência na organização, por meio da absorção de projetos globais. A pesquisa IT Leaders deixa bem claro que a vasta maioria dos CIOs amarga a falta de mão de obra no País, e a principal dor é achar profissionais qualificados. O triste é que quando eles os acham, geralmente querem ganhar mais do que a empresa orçou para a posição.
Para 2013, a IDC trabalha com dois possíveis cenários. O primeiro, e o mais provável, é que a crise nos países desenvolvidos continuará presente, mas seguirá em “banho-maria”, e a economia brasileira voltará a achar o seu rumo de crescimento.
Esse é o quadro, aliás, que a maioria dos CIOs que respondeu a pesquisa acredita, pois 70% deles apontaram que os seus orçamentos de TI crescerão no próximo ano, contra somente 9% que diminuirão. O segundo horizonte é bem mais cinza, e aponta para o derretimento enorme da economia mundial provocada pelo agravamento da crise europeia.
Sobrará para todo mundo, e o Brasil também será fortemente golpeado. Apesar de pouco provável, a possibilidade existe, e nesse caso provavelmente viveremos novamente um momento de aperto orçamentário, revisões de contratos etc.
O lado bom de trabalhar com TI é que mesmo em um cenário econômico ruim, boa parte das empresas continuará a investir em tecnologia para automatizar processos e compensar corte de pessoas, com o objetivo de aumentar suas eficiências e melhor atender aos clientes, além de aprimorar inúmeras outras funções para combater as crises. Haja resistência!
Fonte: Mauro Peres – CIO/UOL
Melhore os resultados da sua empresa com o modelo de gestão de Inovação Aberta
Ao contrário do conceito tradicional de inovação, onde todo conhecimento gerado pela organização deve ser mantido em segredo e só utilizado quando lucrativo, a Inovação Aberta defende que novos conhecimentos sejam compartilhados tanto dentro como fora da companhia.A ideia é enfatizar o uso de conhecimento externo para melhorar o desempenho do processo, acelerando e reduzindo o custo do desenvolvimento.
A inovação aberta, que vem Open innovation, surge como alternativa interessante para criar novos produtos, unindo diferentes entidades como indústria, universidade e governo para desenvolverem projetos de forma colaborativa, ao invés de contar somente com os recursos próprios.
Um exemplo de parceira baseada na inovação aberta é o framework java de código aberto chamado de Esfinge Framework, desenvolvido com a colaboração de instituto de pesquisa e empresa privada, como o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e a GSW Soluções Integradas, que reúne neste framework código de diferentes programadores, com um interesse em comum: reduzir ao máximo a dificuldade no desenvolvimento de aplicações corporativas em Java.
Leia mais sobre o Esfinge clique aqui
“O framework beneficia uma cadeia de entidades. Para o ITA, conseguimos viabilizar o desenvolvimento de novas tecnologias e fornecer aos alunos temas de projetos que os aproximam da realidade de mercado. Para as empresas quer participam, adquirirem expertise tecnológica e têm à disposição ferramentas que aumentam a produtividade e qualidade nos sistemas. Além disso, por ser de código aberto, toda uma comunidade de desenvolvedores tem a liberdade de participar, contribuindo com sugestões, fazendo testes e até mesmo fornecendo novos componentes. Com isso, a inovação é aberta e segue um processo continuo de evolução. ”, conta Eduardo Guerra, idealizador do projeto e instrutor da Divisão de Ciência de Computação do ITA.
Alinhadas a essa visão, cada vez mais empresas recorrem à inovação aberta como alternativa para atender suas demandas de negócio e se tornar mais competitivas, pois aumentam a diversidade de conhecimento e a velocidade dos processos de inovação.
Por conta disso, as companhias estão percebendo a importância de abrir suas fontes tecnológicas e fazer as informações fluírem de dentro da empresa para fora e vice-versa. Confira a tabela com diferenças entre Inovação fechada e aberta.
|
Princípios da Inovação fechada |
Princípios da Inovação aberta |
Pessoas envolvidas |
As pessoas competentes trabalham para nós |
Nem todas as pessoas competentes trabalham para nós. Precisamos trabalhar com pessoas competentes dentro e fora da empresa. |
Investimento em P&D |
Para ter lucro através de P&D, precisamos fazer descobertas, desenvolvê-las e comercializá-las nós mesmos. |
P&D externo pode criar valor significativo e o P&D interno pode reivindicar uma porção desse valor. |
Perspectiva de inovação |
Se nós mesmos fazemos as descobertas, teremos condições de sermos os primeiros a introduzirmos no Mercado. |
Não temos que necessariamente criarmos a Pesquisa para lucrarmos com ela. |
Mercado |
Ganha aquela empresa que coloca primeiro uma inovação no Mercado. |
Construir um modelo de negócio é melhor do que chegar primeiro ao Mercado. |
Retorno para a empresa |
Ganharemos, se criarmos as melhores ideias na empresa. |
Ganharemos, se fizermos o melhor uso das ideias internas e externas. |
Propriedade Intelectual (PI) |
Devemos controlar nossa PI, de modo que nossos competidores não lucrem com nossas ideias. |
Devemos lucrar com outros usos de nossas PI e devemos adquirir outras PI desde que contribuam para avançar nossos modelos de negócio. |